Descobrindo o prazer de rabiscar!!!
Geralmente as garatujas são formas de grafismo infantil que os professores não dispensam tanta atenção. Entretanto elas podem revelar muita riqueza e nos fazer perceber a arte nas crianças e na sua maneira de expressar-se.
As crianças a partir dos quatro anos em sua maioria estão alcançando a figuração, mas ainda encontramos muitas que têm seu primeiro contato com lápis, papel. tinta, etc na escola e o prazer de descobrir tudo isso é muito significativo. É comum também vermos as crianças comparando seus desenhos e rejeitando as garatujas dos colegas, alguns por muitas vezes ficam envergonhados com isso e desistem de explorar suas descobertas.
Dessa maneira resolvemos propor as crianças algo diferente, resolvemos pedir que elas simplesmente rabiscassem!!! E qual foi a surpresa delas. Algumas se recusaram a fazer e outras entraram em conflito apesar de aceitarem a proposta. Uma menina inconformada por ter que fazer rabiscos me indagou: "_ Mas professora, e se alguém não quiser rabiscar e quiser fazer uma obra de arte?". Decidi deixar para depois essa discussão e insisti para ela experimentar.
Algumas colegas usaram a música para estimular esse momento, pedindo que quando a música acabasse teminassem a atividade. Ao concluirem os rabiscos colocaram na lousa para posteriormente fazermos uma apreciação.
Nesse momento perguntamos se tinham gostado, o que acharam, qual dos desenhos havia ficado mais "pesado", qual havia ficado mais "leve", qual estava "cheio" ou qual estava "vazio", se tinham feito rápido ou devagar, se fizeram forte ou fraco e ainda como foram os movimentos das mãos para rabiscar. Assim começaram a olhar os rabiscos de outra maneira e descobriram que poderiam ir além e experimentar outras formas, movimentos, materiais, suportes, etc.
Graziely veio me dizer que não havia gostado pois preferia desenhar, a Bianca disse que gostou muito de fazer forte e rápido porque era fácil. Perguntei:
Professora: _ Vocês fizeram uma obra de arte?
Todos: _ Não!!
Professora: _ Então o que é uma obra de arte?
Eduardo: _É um desenho.
Professora: _ Qualquer desenho?
Bianca: _ Não, tem que ser um desenho bonito.
Essa foi a "deixa" para que mostrasse para eles a obra de Cy Twombly e que pudessem reconhecer o que haviam feito também era arte e gostaram bastante das obras que viram. Iniciamos uma sequencia com vários tipos de materiais e suportes e o que percebemos é que mudaram sua maneira de ver seus desenhos, permitindo-se explorar sem medo ou autocritica, com prazer e alegria.
Arte: Artistas, Obras, Detalhes, Temas: 1945-1960 / [Dorling Kindersley]. - São Paulo: Publifolha, 2012.
Algumas colegas usaram a música para estimular esse momento, pedindo que quando a música acabasse teminassem a atividade. Ao concluirem os rabiscos colocaram na lousa para posteriormente fazermos uma apreciação.
Nesse momento perguntamos se tinham gostado, o que acharam, qual dos desenhos havia ficado mais "pesado", qual havia ficado mais "leve", qual estava "cheio" ou qual estava "vazio", se tinham feito rápido ou devagar, se fizeram forte ou fraco e ainda como foram os movimentos das mãos para rabiscar. Assim começaram a olhar os rabiscos de outra maneira e descobriram que poderiam ir além e experimentar outras formas, movimentos, materiais, suportes, etc.
Graziely veio me dizer que não havia gostado pois preferia desenhar, a Bianca disse que gostou muito de fazer forte e rápido porque era fácil. Perguntei:
Professora: _ Vocês fizeram uma obra de arte?
Todos: _ Não!!
Professora: _ Então o que é uma obra de arte?
Eduardo: _É um desenho.
Professora: _ Qualquer desenho?
Bianca: _ Não, tem que ser um desenho bonito.
Essa foi a "deixa" para que mostrasse para eles a obra de Cy Twombly e que pudessem reconhecer o que haviam feito também era arte e gostaram bastante das obras que viram. Iniciamos uma sequencia com vários tipos de materiais e suportes e o que percebemos é que mudaram sua maneira de ver seus desenhos, permitindo-se explorar sem medo ou autocritica, com prazer e alegria.
As crianças rabiscando: grafite em papel |
As crianças rabiscando: grafite em papel Crianças apreciando os desenhos |
Rabiscos para apreciação |
Lado esquerdo os rabiscos considerados leves e os da direita os pesados. |
Victor Rhian - 5 anos Perceba o movimento, a direção, a intensidade e a velocidade. |
Beatriz - 5 anos Usou basicamente linhas circulares e manteve a intensidade. Podemos supor movimentos lentos . |
Maria Eduarda - 6 anos Percebemos a noção espacial e o ponto mais intenso no lado esquerdo. |
Lucas - 4 anos Explorou as possibilidades de movimento e concentrou seus rabiscos em pequenos espaços. |
André Luis - 4 anos Movimentos centralizados, rápidos e intensos. |
Saiba mais!!
Cy Twombly (*Virgínia EUA-1928 + Roma 2011)
Era pintor, desenhista e gravurista. Cresceu dentro do cenário do expressionismo abstrato. Desenvolveu um estilo próprio, baseado em rabiscos e grafites feitos em giz, lápis ou tinta.
Tinta |
grafite |
giz |
Expressionismo abstrato
Iniciou-se nos anos de 1940 e 1950 em Nova York, todos os seus adeptos transmitiam um forte conteúdo emocional, enfatizavam a qualidade sensorial da pintura e produziam geralmente telas grandes. Pode ser dividido em dois grupos:
Pintura de Ação, nela o ato de pintar torna-se o conteúdo do trabalho e refletem a emoção do artista, que derramava e respingava a tinta sobre a tela. São Pollock e Twombly seus principais representantes.
Pintura de Campo de Cor, consiste em obras com grandes campos de cor, quase sem contrastes e com pontos focais evidentes e seu objetivo é provocar os sentimentos do espectador. São seus representantes Still, Hofmann e Rothko.
Referência Bibliográfica
Arte: Artistas, Obras, Detalhes, Temas: 1945-1960 / [Dorling Kindersley]. - São Paulo: Publifolha, 2012.
Meninas estou adorando cada postagem e cada assunto. Super válido!Valorizando cada vez mais a arte, o movimento , o ser e o estar das nossas crianças !
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