Identidade e Autonomia
Nícolas 4 anos
Ao iniciarmos o trabalho na Educação Infantil percebemos
o quão importante é abordar os temas identidade e autonomia. Longe de ocuparem
um lugar-comum eles são essenciais tanto para as crianças quanto para os
educadores.
Para isso é necessário entender que
identidade, segundo o Referencial Curricular Nacional para a Educação
Infantil “é uma marca de diferença entre as pessoas, a começar pelo nome,
seguido de todas as características físicas, de modos de agir, de pensar e da
história pessoal”.
A criança constrói sua identidade a partir
do seu nascimento, é quando começa a perceber que é um ser distinto de sua mãe
e tem vontades, sentimentos e preferências que lhes são próprias. Essa
construção é social e histórica e perdura por toda a vida. A influencia da
família, da sociedade, da comunidade e da escola são fundamentais na formação
de sua autoimagem, já que é na interação com o outro que aprenderá e se
constituirá como pessoa.
Por esse motivo o trabalho realizado com as
crianças deve ser refletido, estudado, planejado e discutido, pois muitas vezes
em nossas ações cotidianas, como educadores, acabamos por reforçar preconceitos
e estereótipos. É preciso propor as crianças reflexões do que é ser menino e o
que é ser menina, e juntamente com elas desconstruir mitos sobre esse tema, já
que estas questões na Educação Infantil, segundo Cruz (2010, p-76)
[...apontam a existência de preconceitos e
dificuldades na esfera das relações de gênero, pois, frequentemente os modelos
de masculino e feminino apresentados as crianças são estereotipados e marcados
por concepções culturalmente cristalizadas.
Precisamos prestar atenção também ás
imagens que trazemos e mostramos para as crianças, seja em livros, desenhos,
filmes, etc, em que propõem um modelo europeu de beleza: pele branca, olhos e
cabelos claros, que por ventura não correspondem a realidade na qual estamos
inseridos e portanto as crianças não se reconhecem nele. Segundo a Revista
Pátio, na reportagem de Juliana Romão (2013, p-40)
[...é preciso entender que realmente existem
conflitos entre as crianças por causa dos seus pertencimentos raciais e que
professores fazem escolhas baseadas nas características físicas, tornando mais
do que necessária uma intervenção curricular pedagógica nessa etapa da
Educação.
Devemos, então, estimular o
autoconhecimento, a valorização , a superação de desafios e a quebra de
preconceitos e estereótipos. É nesse momento que a questão sobre autonomia não
pode ser desvinculada a da identidade.
Segundo o mesmo Referencial autonomia é “a
capacidade de se conduzir e tomar decisões por si próprio, levando em conta
regras, valores, a perspectiva pessoal, bem como a perspectiva do outro.” Ou
seja, a autonomia não significa somente saber vestir-se, alimentar-se ou
manter-se limpo, mas também pensar, relacionar-se, ter opinião e agir sobre o
mundo, sabendo respeitar o outro e suas especificidades. Dessa maneira se o
professor for autoritário e centralizador não oferecerá ás crianças condições
para que sejam autônomas e que tenham oportunidade de serem protagonistas de
seu desenvolvimento e aprendizado.
Diante de tudo
isso, fazer com que as crianças se identifiquem como singular entre as outras e
ao mesmo tempo possam perceber que as diferenças são ricas e benéficas para a
construção de sua identidade, são os objetivos que queremos alcançar como
mediadores do desenvolvimento infantil, respeitando-as, lidando com essas
diferenças e construindo bons relacionamentos e promovendo uma aprendizagem
significativa.
Referencias Bibliográficas
BRASIL. Ministério de Educação e do Desporto. Referencial
Curricular Nacional Para Educação Infantil. Brasília, DF:MEC/SEF, 1998.
CRUZ, E. F. Texto: “Quem leva o nenê e a bolsa?” O
masculino na creche. Projeto Tecendo Gênero e Diversidade Sexual nos
Currículos da Educação Infantil. MEC/SECAD – Coordenação Professoras
Doutoras Cláudia Maria Ribeiro e Ila Maria Silva de Souza – UFLA/DED – Lavras,
2010.
ROMÁO, Juliana. O racismo que vem do berço.
Revista Pátio, Janeiro/ Março. Grupo A. Porto Alegre, 2013.
Ao iniciarmos o trabalho na Educação Infantil percebemos
o quão importante é abordar os temas identidade e autonomia. Longe de ocuparem
um lugar-comum eles são essenciais tanto para as crianças quanto para os
educadores.
Para isso é necessário entender que
identidade, segundo o Referencial Curricular Nacional para a Educação
Infantil “é uma marca de diferença entre as pessoas, a começar pelo nome,
seguido de todas as características físicas, de modos de agir, de pensar e da
história pessoal”.
A criança constrói sua identidade a partir
do seu nascimento, é quando começa a perceber que é um ser distinto de sua mãe
e tem vontades, sentimentos e preferências que lhes são próprias. Essa
construção é social e histórica e perdura por toda a vida. A influencia da
família, da sociedade, da comunidade e da escola são fundamentais na formação
de sua autoimagem, já que é na interação com o outro que aprenderá e se
constituirá como pessoa.
Por esse motivo o trabalho realizado com as
crianças deve ser refletido, estudado, planejado e discutido, pois muitas vezes
em nossas ações cotidianas, como educadores, acabamos por reforçar preconceitos
e estereótipos. É preciso propor as crianças reflexões do que é ser menino e o
que é ser menina, e juntamente com elas desconstruir mitos sobre esse tema, já
que estas questões na Educação Infantil, segundo Cruz (2010, p-76)
[...apontam a existência de preconceitos e dificuldades na esfera das relações de gênero, pois, frequentemente os modelos de masculino e feminino apresentados as crianças são estereotipados e marcados por concepções culturalmente cristalizadas.
Precisamos prestar atenção também ás
imagens que trazemos e mostramos para as crianças, seja em livros, desenhos,
filmes, etc, em que propõem um modelo europeu de beleza: pele branca, olhos e
cabelos claros, que por ventura não correspondem a realidade na qual estamos
inseridos e portanto as crianças não se reconhecem nele. Segundo a Revista
Pátio, na reportagem de Juliana Romão (2013, p-40)
[...é preciso entender que realmente existem conflitos entre as crianças por causa dos seus pertencimentos raciais e que professores fazem escolhas baseadas nas características físicas, tornando mais do que necessária uma intervenção curricular pedagógica nessa etapa da Educação.
Devemos, então, estimular o
autoconhecimento, a valorização , a superação de desafios e a quebra de
preconceitos e estereótipos. É nesse momento que a questão sobre autonomia não
pode ser desvinculada a da identidade.
Segundo o mesmo Referencial autonomia é “a
capacidade de se conduzir e tomar decisões por si próprio, levando em conta
regras, valores, a perspectiva pessoal, bem como a perspectiva do outro.” Ou
seja, a autonomia não significa somente saber vestir-se, alimentar-se ou
manter-se limpo, mas também pensar, relacionar-se, ter opinião e agir sobre o
mundo, sabendo respeitar o outro e suas especificidades. Dessa maneira se o
professor for autoritário e centralizador não oferecerá ás crianças condições
para que sejam autônomas e que tenham oportunidade de serem protagonistas de
seu desenvolvimento e aprendizado.
Diante de tudo
isso, fazer com que as crianças se identifiquem como singular entre as outras e
ao mesmo tempo possam perceber que as diferenças são ricas e benéficas para a
construção de sua identidade, são os objetivos que queremos alcançar como
mediadores do desenvolvimento infantil, respeitando-as, lidando com essas
diferenças e construindo bons relacionamentos e promovendo uma aprendizagem
significativa.
Referencias Bibliográficas
BRASIL. Ministério de Educação e do Desporto. Referencial
Curricular Nacional Para Educação Infantil. Brasília, DF:MEC/SEF, 1998.
CRUZ, E. F. Texto: “Quem leva o nenê e a bolsa?” O
masculino na creche. Projeto Tecendo Gênero e Diversidade Sexual nos
Currículos da Educação Infantil. MEC/SECAD – Coordenação Professoras
Doutoras Cláudia Maria Ribeiro e Ila Maria Silva de Souza – UFLA/DED – Lavras,
2010.
ROMÁO, Juliana. O racismo que vem do berço.
Revista Pátio, Janeiro/ Março. Grupo A. Porto Alegre, 2013.
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